Uma boa gestão das finanças pessoais é determinante para melhor administrar os rendimentos e controlar as despesas, permitindo ainda efetuar uma poupança que permita acautelar algum imprevisto e para investir a pensar no futuro.
Nestes últimos anos, o acesso ao crédito permitiu que muitas famílias melhorassem o seu nível de vida adquirindo a sua própria casa e muitos bens de consumo. Mas, se é importante que os particulares tenham acesso ao crédito o recurso ao mesmo deve ser efetuado de forma responsável para evitar os riscos de endividamento excessivo e de sobre-endividamento.
Mesmo com uma gestão cuidadosa e um endividamento controlado, podem sempre surgir imprevistos que podem levar à perda de rendimentos ou ao aumento das despesas e, desta forma, ao desequilíbrio das nossas finanças pessoais. A morte de um familiar, um divórcio, um acidente, a perda do emprego ou a redução do vencimento, são situações que podem acontecer, colocando em causa a estabilidade financeira de uma família e a impossibilidade de cumprir com os compromissos económicos anteriormente assumidos.
Os créditos acumulam-se, os juros aumentam e a situação de desequilíbrio financeiro, no limite, poderá levar ao incumprimento (com 2 ou mais prestações de créditos em atraso) que se arrasta até chegar a uma situação de sobre endividamento. Ao longo dos últimos anos, os pedidos de ajuda na DECO têm aumentado substancialmente.
Uma pessoa encontra-se sobre-endividada quando não consegue pagar, ao longo de um período de tempo, um ou mais dos seus empréstimos, uma vez que o seu saldo devedor é superior ao valor do seu rendimento disponível.
Para ter as suas finanças equilibradas, evitando uma situação de sobre-endividamento, tenha em atenção as regras básicas para uma boa gestão das suas finanças pessoais:
- Todas as famílias devem elaborar mensalmente o seu orçamento. É uma tarefa fácil e o melhor instrumento de controlo dos rendimentos e das despesas;
- Faça uma poupança, independentemente do valor. Se possível, retire mensalmente um valor do seu rendimento para poupança, qualquer que seja a quantia. É muito importante que tenha uma poupança (uma reserva) que lhe permita fazer face a algum imprevisto e acautelar o futuro.
- Recorra ao crédito apenas para antecipar uma compra que lhe seja absolutamente indispensável e desde que a capacidade financeira do seu agregado o possa suportar. O crédito é uma forma de antecipar rendimentos para efetuar consumos no presente, mas que terá que pagar no futuro;
- Se decidir recorrer ao crédito, analise a sua situação financeira e avalie se o seu orçamento familiar lhe permite contrair uma dívida. Os encargos mensais com empréstimos não devem ultrapassar os 35% do rendimento mensal disponível;
- Pesquise, compare e negoceie o seu crédito: Compare a TAE, a TAER ou a TAEG que refletem o custo total do crédito. Quanto mais baixas são estas taxas mais baratos são os créditos.