
Para quem recorre a crédito habitação quando compra casa há um conjunto de indicadores que deve avaliar, idealmente antes mesmo de dar esse passo, que constitui porventura a decisão mais importante da vida financeira de um consumidor ou agregado familiar.
Um desses indicadores é o spread.
Hoje fala-se mais sobre este e outros termos financeiros, pois, muitas famílias estão a sentir o impacto nos seus créditos da subida da Euribor e uma das formas de o mitigar será avaliar as condições negociadas, nomeadamente através do spread, reduzindo-o, se possível.
Foram também aprovadas medidas de apoio às famílias no âmbito do crédito à habitação que reportam à avaliação das condições financeiras dos mutuários, pelo que se reveste de muito relevante o investimento no conhecimento, para promoção da nossa literacia financeira.
Nos anos mais recentes temos vindo a assistir ao crescimento da concessão de crédito à habitação, com spreads tendencialmente mais baixos.
Porque tudo isto são aspetos que “mexem no nosso bolso”, devemos estar atentos.
O spread, sendo uma componente da taxa de juro, será um termo familiar para muitos consumidores que contrataram ou vão contratar crédito à habitação, mas pelo peso que poderá revestir no montante de juro que vão pagar ao banco pelo empréstimo, não deve ser desvalorizado.
Na atual conjuntura, em que por força do aumento da Euribor a prestação de crédito à habitação a taxa variável está a subir e sendo o spread parte integrante do juro, que acresce a este indexante, será importante que as famílias analisem os seus créditos e verifiquem qual o spread que estão a pagar e se estará ajustado à sua situação concreta.
O spread é livremente definido pelo banco, caso a caso e contrato a contrato.
Para tal, o banco avalia o perfil do consumidor e o riscoassociado ao financiamento, tendo em consideração, por exemplo, a sua capacidade financeira, o montante global do financiamento, a eventual existência de outras responsabilidades de crédito e o peso do empréstimo comparado com o valor do imóvel.
O spread contratado vai vigorar, em princípio, ao longo do prazo de maturidade do empréstimo, mas se houver incumprimento por parte do devedor, por exemplo, poderá ser agravado.
Para quem contratou crédito habitação há mais de 10 anos é possível que esteja a pagar um spread elevado, se comparado com o atualmente praticado no mercado.
Hoje há ofertas bancárias com spreads abaixo de 1% no crédito habitação, com bancos a oferecer spreads de 0,85%.
Obviamente não se aplicará a todos os contratos de crédito à habitação, mas quem estiver com spreads altos pode tentar renegociar com o banco melhores condiçõese assim acomodar o impacto do aumento da taxa de juro no orçamento familiar.
Mas atenção!
Se o fizer lembre-se de avaliar bem antes de aceitar qualquer proposta que lhe seja feita, nomeadamente para a subscrição de produtos ou serviços, ou seja, de seguros de saúde, PPR ou até trens de cozinha, purificadores de água, vinhos ou outros.
À DECO têm chegado várias denúncias relativamente à atuação de alguns bancos, pelo que deverá ponderar bem da respetiva utilidade e interesse.
O spread é em termos simples a margem de lucro do banco, pelo que, perante a redução do spread, é bem possível que a instituições de crédito tentem compensar a perda de parte dessa margem com vendas associadas facultativas.
A recomendação da DECO vai no sentido de que, se tem crédito à habitação, reveja as condições que tem e equacione eventuais alternativas mais favoráveis, antecipando futuras subidas da Euribor, o que poderá passar por renegociar o spread, mas também por transferir o crédito, optar por uma taxa fixa ou mista, alongar o prazo, entre outras soluções que poderá adotar.
O nosso conselho: Não se precipite! Antes de dar qualquer passo, aconselhe-se, peça propostas, avalie as vantagens e inconvenientes de cada uma e decida em consciência.
E já sabe: O Gabinete de Proteção Financeira da DECO pode ser o seu conselheiro de confiança. Não hesite em contactar-nos!